Para quem pensa cometer um suicídio sem dor, alertamos que o suicida não o fará sem dor, muita dor.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

SUICÍDIO, TERRÍVEL ENGANO.



O PRIMEIRO DOS DIREITOS NATURAIS DO HOMEM É O DE VIVER.
O PRIMEIRO DEVER É O DE DEFENDER O PRIMEIRO DIREITO. 

VISÃO ESPÍRITA DO SER HUMANO:

REENCARNAÇÃO / HOMEM / DESENCARNAÇÃO
                MATERIALIDADE
                    TEMPO 
                ESPIRITUALIDADE

Por contingência própria da humanidade terrena, seu processo evolutivo impõe a necessidade das experiências reencarnatórias, através das quais assimila virtudes e descarta imperfeições.

Para tal, o Espírito deixa temporariamente o mundo primitivo - o dos Espíritos - para um estágio vivencial na materialidade que precisa dominar, conforme planejamento em seu benefício. Essa programação genérica, cuja execução depende unicamente da vontade do executor, estabelece inclusive uma carga potencial de vitalidade para o organismo físico e, por conseqüência, um cronograma para o estágio na temporalidade material.

Qualquer alteração nesse planejamento, sem anuência da direção superior da vida, reduzindo o tempo de vivência terrena, deve ser qualificado de suicídio, o que equivale grave transgressão das leis divinas.

A incredulidade, a simples dúvida sobre o futuro, as idéias materialistas, numa palavra, são os maiores excitantes ao suicídio: elas dão a covardia moral.” (Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. V, item 16) 

VISÃO ESPÍRITA DO SUICÍDIO 

- O homem tem o direito de dispor da sua própria vida? 
R- Não, só Deus tem esse direito. O suicídio voluntário é uma transgressão dessa lei. 

- O suicídio não é sempre voluntário? 
R- O louco que se mata não sabe o que faz. 

- O suicídio que tem por objetivo escapar à vergonha de uma ação má é tão repreensível como o que é causado pelo desespero?
R- O suicídio não apaga a falta, ao contrário, haverá duas em lugar de uma. Quando se teve a coragem de fazer o mal, é preciso ter a de suportar suas conseqüências. Deus julga e, segundo a causa, pode, algumas vezes, diminuir seus rigores. 

NOTA DE KARDEC:

“Aquele que tira a própria vida para fugir à vergonha de uma ação má, prova que se prende mais à estima dos homens que à de Deus.”

"Um momento de rebeldia põe um destino em perigo, assim como diminuto erro de cálculo ameaça a estabilidade dum edifício inteiro." 
(Gúbio - LIBERTAÇÃO, p. 160)

"Aprende, de uma vez para sempre, que és imortal e que não será pelos desvios temerários do suicídio que a criatura humana encontrará o porto da verdadeira felicidade..."
(Camilo Castelo Branco in MEMÓRIAS DE UM SUICIDA - psicografia de Yvone A . Pereira, p. 568)

NADA JUSTIFICA O SUICÍDIO.

MORRER NA HORA CERTA É SEMPRE MELHOR !

CAUSAS PRINCIPAIS:

1. Falta de fé
2. Orgulho = sentimentos feridos
3. Loucura
4. Solução para problemas
5. Obsessão
6. Fraqueza moral

REMÉDIOS RECOMENDADOS:

1. paciência + resignação
2. certeza da vida futura
3. confiança em Deus

CONSEQÜÊNCIAS:

“As conseqüências do suicídio são muito diversas: não há penas fixadas e, em todos os casos, são sempre relativas às causas que provocaram. Mas uma conseqüência à qual o suicida não pode fugir é o desapontamento. De resto, a sorte não é a mesma para todos: depende das circunstâncias. Alguns expiam a sua falta imediatamente, outros em uma nova existência, que será pior do que aquela cujo curso interromperam.” (LE, questão 957) 

SUICÍDIO INDIRETO: 

“ O suicídio não consiste somente no ato voluntário que produz a morte instantânea; está também em tudo o que se faz, em conhecimento de causa, que deve apressar, prematuramente, a extinção das forças vitais.” (Allan Kardec – O CÉU E O INFERNO, 2 P, Cap. 5, p. 263) 

TAMBÉM SUICIDAS:

“São, também, suicidas, os sexólatras inveterados, os viciados deste ou daquele teor, os que ingerem altas cargas de tensão, os que se envenenam com o ódio e se desgastam com as paixões deletérias, os glutões e ociosos, os que cultivam o pessimismo e as enfermidades imaginárias...”  (Joanna De Ângelis – APÓS A TEMPESTADE, p. 100) 

CIRCUNSTÂNCIAS REFLEXAS:
  
“(...) quando torna a merecer o prêmio de um novo corpo carnal na Esfera Humana, dentre as provas que repetirá, naturalmente se inclui a extrema tentação ao suicídio na idade precisa em que abandonou a posição de trabalho que lhe cabia (...) ANDRÉ LUIZ - Ação e Reação, p. 93

FONTES:
- O LIVRO DOS ESPÍRITOS:

CONFRARIA  DO CONSOLADOR
Difundindo o Espiritismo



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terça-feira, 1 de novembro de 2011

O SUICIDA DO TREM


(História contada por Divaldo Franco)


Eu nunca me esquecerei que um dia havia lido num jornal acerca de um suicídio terrível, que me impactou: um homem jogou-se sobre a linha férrea, sob os vagões da locomotiva e foi triturado. E o jornal, com todo o estardalhaço, contava a tragédia, dizendo que aquele era um pai de dez filhos, um operário modesto.

Aquilo me impressionou tanto que resolvi orar por esse homem.

Tenho uma cadernetinha para anotar nomes de pessoas necessitadas. Eu vou orando por elas e, de vez em quando, digo: se este aqui já evoluiu, vou dar o seu lugar para outro; não posso fazer mais.

Assim, coloquei-lhe o nome na minha caderneta de preces especiais - as preces que faço pela madrugada. Da minha janela eu vejo uma estrela e acompanho o seu ciclo; então, fico orando, olhando para ela, conversando. Somos muito amigos, já faz muitos anos. Ela é paciente, sempre aparece no mesmo lugar e desaparece no outro.

Comecei a orar por esse homem desconhecido. Fazia a minha prece, intercedia, dava uma de advogado, e dizia: Meu Jesus, quem se mata (como dizia minha mãe) "não está com o juízo no lugar". Vai ver que ele nem quis se matar; foram as circunstâncias. Orava e pedia, dedicando-lhe mais de cinco minutos (e eu tenho uma fila bem grande), mas esse era especial.

Passaram-se quase quinze anos e eu orando por ele diariamente, onde quer que estivesse.

Um dia, eu tive um problema que me fez sofrer muito. Nessa noite cheguei à janela para conversar com a minha estrela e não pude orar. Não estava em condições de interceder pelos outros. Encontrava-me com uma grande vontade de chorar; mas, sou muito difícil de fazê-lo por fora, aprendi a chorar por dentro. Fico aflito, experimento a dor, e as lágrimas não saem. (Eu tenho uma grande inveja de quem chora aquelas lágrimas enormes, volumosas, que não consigo verter).

Daí a pouco a emoção foi-me tomando e, quando me dei conta, chorava.

Nesse ínterim, entrou um Espírito e me perguntou:

- Por que você está chorando?

- Ah! Meu irmão - respondi - hoje estou com muita vontade de chorar, porque sofro um problema grave e, como não tenho a quem me queixar, porquanto eu vivo para consolar os outros, não lhes posso contar os meus sofrimentos. Além do mais, não tenho esse direito; aprendi a não reclamar e não me estou queixando.

O Espírito retrucou:

- Divaldo, e seu eu lhe pedir para que você não chore, o que é que você fará?

- Hoje nem me peça. Porque é o único dia que eu consegui fazê-lo. Deixe-me chorar!

- Não faça isto - pediu. - Se você chorar eu também chorarei muito.

- Mas por que você vai chorar? - perguntei-lhe.

- Porque eu gosto muito de você. Eu amo muito a você e amo por amor.

Como é natural, fiquei muito contente com o que ele me dizia.

- Você me inspira muita ternura - prosseguiu - e o amo por gratidão. Há muitos anos eu me joguei embaixo das rodas de um trem. E não há como definir a sensação da eterna tragédia. Eu ouvia o trem apitar, via-o crescer ao meu encontro e sentia-lhe as rodas me triturando, sem terminar nunca e sem nunca morrer. Quando acabava de passar, quando eu ia respirar, escutava o apito e começava tudo outra vez, eternamente. Até que um dia escutei alguém chamar pelo meu nome. Fê-lo com tanto amor, que aquilo me aliviou por um segundo, pois o sofrimento logo voltou. Mais tarde, novamente, ouvi alguém chamar por mim. Passei a ter interregnos em que alguém me chamava, eu conseguia respirar, para aguentar aquele morrer que nunca morria e não sei lhe dizer o tempo que passou. Transcorreu muito tempo mesmo, até o momento em que deixei de ouvir o apito do trem, para escutar a pessoa que me chamava. Dei-me conta, então, que a morte não me matara e que alguém pedia a Deus por mim. Lembrei-me de Deus, de minha mãe, que já havia morrido. Comecei a refletir que eu não tinha o direito de ter feito aquilo, passei a ouvir alguém dizendo: "Ele não fez por mal. Ele não quis matar-se." Até que um dia esta força foi tão grande que me atraiu; aí eu vi você nesta janela, chamando por mim.

- Eu perguntei - continuou o Espírito - quem é? Quem está pedindo a Deus por mim, com tanto carinho, com tanta misericórdia? Mamãe surgiu e esclareceu-me:

- É uma alma que ora pelos desgraçados.

- Comovi-me, chorei muito e a partir daí passei a vir aqui, sempre que você me chamava pelo nome.

(Note que eu nunca o vira, face às diferenças vibratórias.)

- Quando adquiri a consciência total - prosseguiu ele - já se haviam passado mais de catorze anos. Lembrei-me de minha família e fui à minha casa. Encontrei a esposa blasfemando, injuriando-me: "- Aquele desgraçado desertou, reduzindo-nos à mais terrível miséria. A minha filha é hoje uma perdida, porque não teve comida e nem paz e foi-se vender para tê-los. Meu filho é um bandido, porque teve um pai egoísta, que se matou para não enfrentar a responsabilidade.

Deixando-nos, ele nos reduziu a esse estado."

- Senti-lhe o ódio terrível. Depois, fui atraído à minha filha, num destes lugares miseráveis, onde ela estava exposta como mercadoria. Fui visitar meu filho na cadeia.

- Divaldo - falou-me emocionado - aí eu comecei a somar às "dores físicas" a dor moral, dos danos que o meu suicídio trouxe. Porque o suicida não responde só pelo gesto, pelo ato da autodestruição, mas, também, por toda uma onda de efeitos que decorrem do seu ato insensato, sendo tudo isto lançado a seu débito na lei de responsabilidades. Além de você, mais ninguém orava, ninguém tinha dó de mim, só você, um estranho. Então hoje, que você está sofrendo, eu lhe venho pedir: em nome de todos nós, os infelizes, não sofra! Porque se você entristecer, o que será de nós, os que somos permanentemente tristes? Se você agora chora, que será de nós, que estamos aprendendo a sorrir com a sua alegria? Você não tem o direito de sofrer, pelo menos por nós, e por amor a nós, não sofra mais.

Aproximou-se, me deu um abraço, encostou a cabeça no meu ombro e chorou demoradamente. Doridamente, ele chorou.

Igualmente emocionado, falei-lhe:

- Perdoe-me, mas eu não esperava comovê-lo.

- São lágrimas de felicidade. Pela primeira vez, eu sou feliz, porque agora eu me posso reabilitar. Estou aprendendo a consolar alguém. E a primeira pessoa a quem eu consolo é você.

Transcrito do livro "O Semeador de Estrelas", de Suely Caldas Schubert, Ed. Alvorada