Para quem pensa cometer um suicídio sem dor, alertamos que o suicida não o fará sem dor, muita dor.

sábado, 19 de outubro de 2013

Mais de 90% dos casos de suicídios estão associados a doenças mentais

Mais de 90% dos casos de suicídios estão associados a doenças mentais


Cláudia Collucci

Véspera do Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, esta segunda-feira nos trouxe duas notícias chocantes: as mortes do músico Champignon, 35, da banda Charlie Brown Jr. e de um casal e dois filhos de 2 e 7 anos em Cotia.

A suspeita da polícia é que Champignon tenha se matado, logo após chegar em casa com a mulher, grávida de cinco meses. O cabeleireiro Claudinei Pedrotti Júnior, 39, teria matado a mulher e os dois filhos e depois se suicidado.

Não quero me repetir, já que na coluna da semana passada tratei sobre o tema suicídio, mas simplesmente não dá para encarar esses dois fatos como meros casos de polícia, que logo serão arquivados porque não há nada mais a fazer.

O assunto exige muito cuidado, principalmente da imprensa. Há vários registros mostrando que, dependendo do foco dado a uma reportagem sobre o tema, pode haver aumento no número de casos de suicídio.

Mas um bom jornalismo pode também ajudar a pessoas que se encontram sob risco de se matar, ou mesmo àquelas enlutadas pela perda de um ente querido que decidiu morrer. E mais: pode levar a discussão para a seara das políticas públicas de saúde, que muito têm a ver com isso.

Independentemente das motivações que levam ao suicídio, existe um fator que liga a vasta maioria dos casos: as doenças mentais.

Uma revisão de 31 artigos científicos publicados entre 1959 e 2001, englobando 15.629 suicídios na população em geral, demonstrou que em mais de 90% dos casos caberia um diagnóstico de transtorno mental à época da morte.

Os transtornos mentais mais associados ao suicídio são: depressão, transtorno do humor bipolar, dependência de álcool e de outras drogas psicoativas. Esquizofrenia e certas características de personalidade também são importantes fatores de risco.

A situação e risco é agravada quando mais do que uma dessas condições combinam-se, como, por exemplo, depressão e alcoolismo; ou ainda, a coexistência de depressão, ansiedade e agitação.

Infelizmente, muitas vezes os transtornos mentais não são detectados ou não são adequadamente tratados. O país ainda dá pouca atenção para essa área. Entra governo e sai governo, as políticas públicas para a saúde mental são pífias.

Em 2006, o Ministério da Saúde publicou uma portaria com as diretrizes do que seria um programa nacional de prevenção ao suicídio. Entre as medidas estavam previstas campanhas para informar e sensibilizar a sociedade de que o suicídio é um problema de saúde pública que pode ser prevenido; organização da rede de atenção e intervenções nos casos de tentativas de suicídio; educação permanente dos profissionais de saúde da atenção básica, inclusive do Programa Saúde da Família, dos serviços de saúde mental, das unidades de urgência e emergência.

Um pote de doce de leite de Viçosa para quem adivinhar o que aconteceu com essa portaria sete anos depois? Não saiu do papel, é claro. É ótimo informar a população sobre como reconhecer uma doença mental, derrubar preconceitos (doença mental não é sinônimo de loucura, todos nós estamos sujeitos a enfrentá-la em algum momento da vida), falar quais os tratamentos disponíveis, sua efetividade etc. Agora, onde procurar apoio emocional e tratamento psiquiátrico para depressão e outros transtornos que aumentam a cada dia?

O CVV ajuda e muito, mas não faz milagres. Há casos que precisam de intervenções com medicamentos e terapias comportamentais. Alguém sabe me dizer aí onde tem um serviço público de saúde mental com vagas disponíveis, que ofereça sessões de terapia, antidepressivos, essas coisas que a gente lança mão quando o caldo entorna?
Nesses momentos de tristeza e espanto coletivo, é também uma ótima oportunidade para cobrar quem deveria estar cuidando da saúde coletiva, especialmente da saúde mental dos brasileiros.

Cláudia Collucci é repórter especial da Folha, especializada na área da saúde. Mestre em história da ciência pela PUC-SP e pós graduanda em gestão de saúde pela FGV-SP, foi bolsista da University of Michigan (2010) e da Georgetown University (2011), onde pesquisou sobre conflitos de interesse e o impacto das novas tecnologias em saúde. É autora dos livros "Quero ser mãe" e "Por que a gravidez não vem?" e coautora de "Experimentos e Experimentações". Escreve às quartas, no site.

Notícia publicada na Folha de S. Paulo, em 9 de setembro de 2013.


Raphael Vivacqua Carneiro* comenta

Além dos fatores ambientais, estudos indicam que existem fatores genéticos que aumentam a suscetibilidade das pessoas a certos transtornos mentais, como a depressão, o alcoolismo e a drogadição. Tais transtornos, por sua vez, estão fortemente relacionados à ocorrência de casos de suicídio.

A disfunção bioquímica do cérebro é tratável pela moderna Medicina. A psicoterapia é outro importante recurso usado na prevenção das causas que levam as pessoas a se matarem. Aliada à ciência médica e psicológica, a terapia espírita também contribui muito para a diminuição dos casos de suicídio.

A falta de fé, de noções de espiritualidade, de conhecimento dos princípios que regem a vida terrena e além-túmulo, leva o indivíduo ao desgosto da vida e à incapacidade de lidar construtivamente com as adversidades. A Doutrina Espírita, sendo devidamente compreendida e assimilada, induz o homem a suportar as dificuldades da vida com mais paciência e resignação, e a reunir forças para trabalhar visando à felicidade mais sólida e durável no futuro que o aguarda.

Não se pode censurar aquele que comete suicídio movido por um estado de insanidade, privado de lucidez. Diferentemente, o suicídio voluntário representa uma transgressão à lei natural. A vida encarnada é caracterizada pelas oportunidades de reajuste com a lei divina e de crescimento espiritual, seja pelo aprendizado de novas virtudes, seja pela eliminação gradual dos vícios da alma. Sendo uma dádiva de Deus, somente Ele tem o direito de dispor da vida humana.

Aquele que decide abreviar a própria existência, com a pretensão de fugir às desgraças e decepções deste mundo, não entende que a sua prova consiste justamente em vencer tais tribulações, e que Deus não coloca fardos pesados em ombros frágeis. Deus recompensa os que sofrem sem se queixar, como ensinava o Mestre Jesus em seu famoso sermão do monte: “Bem-aventurados os que choram, pois que serão consolados.”

Conforme narram os espíritos, as consequências do suicídio são muito diversas; variam caso a caso, conforme a responsabilidade pelas causas que o produziram. Há, porém, uma consequência comum a todos os suicidas: o desapontamento. Ignorando a realidade da vida espiritual, imaginavam que o fim da vida corporal representaria o fim de tudo: das angústias, da vergonha, dos pensamentos torturantes; enfim, a eliminação da própria essência do ser. O conhecimento espírita evitaria a desilusão pela qual passam os suicidas ao constatar que a vida não cessa; ela apenas transita do mundo corporal para o espiritual. A individualidade é imortal e carrega consigo todas as suas vivências e sentimentos.

A terapia espírita aplicada aos encarnados reforça as reflexões sobre as questões fundamentais do ser: de onde viemos, para onde vamos, qual o sentido da vida. Viemos de uma fieira de existências, pelas quais forjamos o nosso caráter, adquirindo conhecimento e qualidades, ao mesmo tempo em que cometemos erros e acertos. Nosso destino é a bem-aventurança, obrando eternamente em comunhão com o Criador, num estado de felicidade plena. Entre o momento presente e esse futuro de plenitude, haverá uma nova fieira de existências, visando a superação de nossas deficiências morais e a assimilação de sabedoria. Nisto consiste o sentido da vida – a atual e todas as demais.

Tanto os fatores genéticos que predispõem o homem aos transtornos mentais, como também os fatores ambientais, devem ser considerados como uma conjuntura provacional do ser, e não como algo fatal e fator determinante para o desfecho de sua existência. O planejamento divino visa sempre o nosso bem. Abreviar a duração planejada para nossa existência não é uma sábia decisão. Façamos a nossa parte, utilizando a mensagem espírita como instrumento para dissipar as sombras que envolvem os corações torturados. Certamente muitos suicídios já foram evitados – e ainda serão – devido a essa luminosa intercessão.

* Raphael Vivacqua Carneiro é engenheiro e mestre em informática. É palestrante espírita e dirigente de grupo mediúnico em Vitória, Espírito Santo. É um dos fundadores do Espiritismo.net.

domingo, 13 de outubro de 2013

O SUICÍDIO VISTO PELA DOUTRINA ESPÍRITA


Tema bastante delicado raramente abordado nas Casas Espíritas, porém, de uma necessidade bastante grande, uma vez que em várias oportunidades, lá são encontradas pessoas que são afligidas por esses pensamentos.

Dentro de nossa Doutrina, existe um livro, que pode ser considerado como base para todos os conceitos sobre o assunto, Memórias de Um Suicida, da Sra. Yvonne A. Pereira, pelo espírito Camilo Cândido Botelho, pseudônimo adotado por Camilo Castelo Branco (1825-1890), escritor português que suicidou-se depois de ter conhecimento de sua cegueira eminente.

Nessa obra nos é contada toda a trajetória de um grupo de suicidas, desde sua passagem pelo “vale dos suicidas”, sua remoção que é feita por um grupo chamado “Servos de Maria”, até seu encaminhamento aos hospitais do plano espiritual e finalmente as possibilidades de seu retorno, encarnando, na grande maioria dos casos com falhas em seu corpo carnal, até o completo reestabelecimento de seu perispírito.

Conta-nos a Doutrina, que aqueles que cometem suicídio através de envenenamento, na sua grande maioria quando reencarnados apresentam problemas valvulares, problemas no aparelho digestivo, doenças de sangue, disfunções da glândulas, etc. Outros que incendiaram a própria carne renascem com problemas na pele ou doença de chagas. Por outro lado, aqueles que se asfixiam, seja nas águas, seja com gás, voltam sofrendo sérios problemas  nas vias respiratórias, como o caso das enfisemas e dos cistos pulmonares. Os que se enforcam voltam apresentando distúrbios do sistema nervoso como as neoplasias (tumores), paralisia cerebral infantil. Aqueles que atingem a própria cabeça, reencarnam com sérios problemas de cretinismo. Finalmente aqueles que se atiram das alturas, com distrofias musculares e osteíte generalizada (inflamação dos  tecidos ósseos).

Os suicídios ocorrem em todos os lugares do mundo, porém no leste europeu, segundo dados da Organização Mundial de Saúde, OMS, é onde tem ocorrido os maiores índices.

A Lituânia, lidera as estatísticas com o índice de 41,9 suicídios por 100 mil habitantes, seguem-se Estônia com 40,1, Rússia com 37,6; Letônia, 33,9; Hungria, 32,9, sempre considerando-se o número por 100 mil habitantes.

Outros países também mostram números elevados, como exemplo o Japão, que recentemente reduziu a quantidade de suicidas com base em uma campanha bastante forte, o número que era 34,5 foi reduzido para 24,1 suicídios por 100 mil habitantes, nos Estados Unidos esse número baixa para 10,4 enquanto no Brasil, cujo índice subiu na última década, hoje está em 4,9, também pelo mesmo número de habitantes.

No nosso pais a faixa etária onde ocorre a maior incidência de suicídio é aquela que vai de 16 a 25 anos

Todo suicida procura com esse ato, a fuga, o fim, porém, depois do ato praticado ele percebe que o “fim” não existe, ele continua vivendo em espírito, tendo que assumir todas as consequências de seu ato, advindo daí uma frustração muito grande e tendo que enfrentar todos os problemas causados pois com certeza, todos os seus  problemas serão potencializados.

Para finalizar esclarecemos, desta feita com satisfação, que dentre as pessoas que conhecem e seguem a doutrina codificada por Allan Kardec, o índice de suicídios é “zero %”.


Texto -  Cassio – Agosto/2013

Doenças mentais ‘levam 650 mil ao suicídio por ano

Pelo menos 650 mil portadores de doenças mentais, mais de 80% deles nos países em desenvolvimento, cometem suicídio a cada ano, alerta nesta terça-feira um artigo publicado na revista científica The Lancet.
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“Grande parte” desse contingente se deve à falta de tratamento adequado e à marginalização que ainda hoje afeta os que sofrem com esse tipo de transtorno, afirmou à BBC Brasil um dos autores do artigo.
Os números constam de uma série de artigos publicados pela Lancet em colaboração com o Instituto de Psiquiatria do King’s College de Londres e a London School of Hygiene and Tropical Medicine.
Chamando atenção para a necessidade de se debater a saúde mental no mundo, um dos artigos destaca que os problemas mentais respondem por entre 80% e 90% de todos os 800 mil suicídios registrados anualmente no planeta.
“Mas é preciso dizer que esta estatística subestima o número de real de pessoas que cometem suicídio”, explicou à BBC o professor Vikram Patel, professor da London School of Hygiene e um dos autores do estudo.
“Em muitos lugares, o suicídio é fortemente estigmatizado, até mesmo criminalizado. Na Índia, há evidências de que o número real de suicídios é quatro vezes maior que o reportado.”
Prioridade
Um dos artigos afirma que o Brasil avançou no tratamento de doenças mentais. Ainda assim, os cientistas destacam que nas grandes cidades brasileiras muitos doentes são vistos mendigando em esquinas e dormindo sob pontes e viadutos.
Por falta de recursos ou por estigma social, nove entre dez pessoas que sofrem de problemas mentais deixam de receber tratamento adequado em alguns países emergentes, alerta a revista.
Na Zâmbia, por exemplo, muitos temem procurar tratamento diante da possibilidade de serem confundidos com “vítimas de bruxaria” ou como se estivessem “possuídos por demônios”.
Estima-se que doenças mentais, como esquizofrenia, depressão, transtornos obsessivo-compulsivos e ansiedade, representam 14% das doenças do mundo, mais que o câncer ou as doenças cardíacas.
Entretando, criticou a Lancet, a saúde mental “permanece uma prioridade secundária na maioria dos países de renda média e baixa”.
Já os países desenvolvidos, acrescentou a revista, “priorizam doenças que causam morte prematura (como câncer e doenças do coração).”
“Tem havido uma falha crítica de liderança entre países, agências, financiadores e profissionais médicos, e essa falha tem continuado a estigmatizar a saúde mental e aqueles com problemas de saúde mental”, disse o editor da Lancet, Richard Horton, durante o lançamento da série em Londres.
“Esse relatório que estamos publicando tem o objetivo de desenhar uma linha entre a era de negligência e o que acreditamos ser um novo movimento político, social e científico para tornar as doenças mentais um interesse vital para o futuro.”
Informações parciais. Confira o texto na íntegra, acessando o site: http://www.bbc.co.uk/